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Ele conta que muitos negros e negras serviram de referência para a criação de uma identidade do povo negro e principalmente de resistência ao modelo racista imposto pela sociedade. O documentário consiste em pequenos relatos de pessoas que estão fora do padrão mais comum de associação dos negros ao trabalho, isso porque a ideia perpetuada é do negro jogador de futebol - quando tem sucesso - , mas que de um modo geral dedica-se a funções consideradas subalternas. 
A Cor do Trabalho mostra que esta não é a realidade do povo negro e incentiva os jovens a sonhar com um futuro diferente de seus pais. Das 32 pessoas entrevistadas – entre elas, médicos, psiquiatras, empreendedores de sucesso do setor metalúrgico, professores universitários – foi comum ouvir frases como “minha mãe era costureira”, ou “meu pai não teve educação, é analfabeto”. Olavo busca, através da narrativa, mostrar que a próxima geração terá uma realidade totalmente diferente. “Eles irão contar que os país eram reitores de universidades, engenheiros, pessoas que tiveram uma condição de estudar e escolher seus empregos”. 
Como o filme será exibido para jovens estudantes de escolas públicas, o objetivo é mostrar que eles podem fazer suas escolhas e ser protagonistas de suas histórias profissionais. “Que o documentário sirva de espelho, para eles perceberam que é possível ocupar o espaço que eles quiserem, podem ser jogadores de futebol também, músico também, empregada doméstica também, mas podem sim ser professores universitários, médicos, reitores, entre outras funções”, disse Olavo. 
O documentário busca conscientizar a população jovem e negra das oportunidades que eles podem ter através da educação e do trabalho. “A condição do negro hoje na sociedade brasileira é subordinada a preconceitos, desigualdade social e econômica. Existem outros caminhos, a educação é importantíssima para conquistar uma condição de vida melhor”, afirma o diretor. 
Antônio Olavo tem uma vasta experiência em retratar a história do povo negro no cinema, ele foi o diretor de outros três documentários importantes sobre o tema, o primeiro, Paixão e Guerra no Sertão de Canudos, lançado em 1993, conta a história de Antônio Conselheiro vivendo em comunidade. 
Anos depois, já em 2004, Olavo foi pioneiro ao mostrar as comunidades quilombolas no cinema. O documentário Quilombos da Bahia traz à tona uma realidade diferente, que ao longo de 12 anos, mudou consideravelmente. Segundo ele, na época do filme, apenas 3 comunidades estavam em processo de titulação, hoje já passa de 500 e 66% destas não tinham energia elétrica, atualmente, por meio de políticas públicas do governo federal, 100% contam com este recurso. O documentário é o retrato de um outro Brasil. 
Já em 2008, Olavo dirigiu um documentário que narra a história de Abdias do Nascimento, e consequentemente do movimento de resistência negro no século 20. 
E um novo projeto está por vir, já em janeiro de 2015 Olavo começa a rodar um novo documentário cujo objetivo é contar a história da Revolta dos Alfaiates, este contará com apoio de um edital da Ancine. 

HbStudio

com informações da Ascom/Setre 

Sobre o filme

Fonte: TV Correio Nagô
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