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Cultura e Gastronomia no Vodun Zo: Primeiro evento pretende consolidar o Templo como ponto de encontro cultural

Aconteceu nesse domingo dia 06 de março de 2016, a 3ª Reunião mensal da Sociedade Civil Kwe Vodun Zo, como parte do esforço integrado do Núcleo de Pesquisa e Documentação do Legado Cultural Oeste Africano na Bahia NUPE e do GONGÁ Cultural para a consolidação definitiva do Hunkpame Savalu Vodun Zo Kwe em um espaço de prática, divulgação e manutenção cultural. O ponto alto da programação, foi a exibição do Filme “A cor do trabalho”, do cineasta baiano Antônio Olavo. O evento contou com uma considerável participação de público formado por pessoas das mais variadas faixas etárias, que atenderam ao convite publicado no Facebook 

Debate sobre o filme com a participação de dos professores Ordep Serra, Albertino Ferreira, Henrique Brito, Renato Nascimento, Pedro Rocha  e as professoras Carmem Vasconcelos, Antoniela Devanier.

Antes da exibição do filme, tivemos uma preleção do nosso Doté Amilton sobre a Religião Jeje Savalu. O tema abordado foi “Religião Jeje, um caminho de autoconhecimento”. Nós voltaremos ao tema em futuro próximo, para que sejam melhor avaliadas e registradas. Hoje, nas suas palavras, o nosso Doté, colocou a importância da dicotomia entre religião e comércio, e apresentou vários fatos e argumentos que colocam em evidencia alguns aspectos do Jeje, que o tornam uma vertente religiosa pouco atrativa. Ele apontou também para o papel desempenhado pelo racismo, que, ao reforçar um preconceito histórico sustentado pela participação perversa da sociedade brasileira e sua prática eurocêntrica, coloca o negro na base da pirâmide social desde a escravidão. O, filem, por sua vez, provocou o impacto já esperado na mediada em que, provocativo, dá margem a uma série de reflexões sobre o racismo instrucional encravado nas estruturas da sociedade brasileira.

Na parte final do evento, foi servida uma Feijoada regada a sucos e refrigerantes.

Vale enfatizar que NUPE está definitivamente ligado ao Hunkpame Savalu Vodun Zo Kwe na medida em que veio a substituir e institucionalizar o antigo Departamento de Religião Ciência e Cultura.

 

Dia 6 de março as 9:30 horas, foi exibido no Terreiro Vodun Zo, o documentário A Cor do Trabalho do diretor Antonio Olavo, que tem uma vasta experiência em tratar a história de resistência do povo negro no cinema. O filme levou um ano para ficar pronto e em 72 minutos conta a história de 32 pessoas negras que tiveram sucesso em seus empreendimentos e carreiras profissionais.

"Existe um legado que serviu para modificar boa parte da vida dos negros baianos, mas ainda hoje, mesmo com muitos esforços, é oculto. Este documentário mostra que o trabalho é uma contribuição para rasgar esse véu que cobre a história do povo negro”, explica. 

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Prefeitura do Salvador tomba Hunkpame Savalu Vodun Zo Kwe

 

 

 

O som dos tambores sagrados do culto Vodun, foi escutado na ladeira do Curuzu no final da tarde da sexta-feira, dia 15 de janeiro de 2016, anunciando que o Terreiro Hunkpame Savalu Vodun Zo Xwe estava em festa e, naquele momento, se tornava o primeiro espaço sagrado tombado pelo município de Salvador. 

Durante a solenidade, o sumo sacerdote da casa, Doté Amilton de Sogbó ressaltou a emoção de ver um sonho antigo concretizado, ajudando a preservar a área verde e a cultura daquela casa, uma das poucas da nação Jeje Savalu, que preserva os ritos originais e os dialetos falados pelos povos Ewe-Fòn (que foram trazidos como cativos no século 19), nas expressões e cânticos da comunidade. Esses povos se instalaram em Salvador e regiões do Recôncavo baiano, com destaque para Cachoeira e vizinhança, além do Maranhão. 

A cerimônia de tombamento contou com as presenças do prefeito Antônio Carlos Magalhães Neto, do presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro; do vereador Léo Prates; o presidente da Associação Afro Ameríndia (AFA) Leonel Monteiro, além de outras autoridades do executivo municipal, além dos professores Ordep Serra (que coordenou os trabalhos de redação do Laudo Antropológico que deu suporte ao pedido de Tombamento) , Jaime Sodré, Arany Santana, Júlio Braga e outros.  

 

Representantes de diversas casas das mais variadas nações religiosas estiveram presentes para prestigiarem o primeiro passo dado em direção a oficialização por parte do município do respeito e a valorização das heranças culturais e religiosas dos antepassados africanos. “O rio – nasça onde nascer – vai para o mar, assim como o rio, todos temos uma destinação e somos criaturas de um mesmo criador”, pontuou o sumo sacerdote, ressaltando a importância da tolerância e da união entre as casas de Candomblé. 

Na oportunidade, Leonel Monteiro, solicitou ao em nome do Doté Amilton que o prefeito dedicasse uma atenção especial para a um outro projeto acalentado pelo Vodun Zo e que consiste na construção de uma creche-escola para a comunidade local. “Há 30 anos conseguimos livrar muitos dos nossos do tráfico e da marginalidade. Uma creche nessa área reforçaria esse trabalho”, completou Doté Amilton. O Prefeito, por sua vez, se comprometeu em avaliar com o máximo de brevidade a possibilidade de instalação do equipamento na área do Terreiro. Longa vida ao Vodun Zo e às tradições ancestrais.

Arroboboi!

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