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DOTÉ AMILTON

Dote Amilton

Doté Amilton é consagrado a Sogbó,  vodum que rege o fogo. A família biológica de Doté Amilton não tinha  um terreiro oficial, mas fazia um culto doméstico.
Criança, ele adoeceu e foi levado para o terreiro conhecido como Cocunda de Iaiá, situado em Sussuarana e regido por Constância Pires, a Mãe Tansa.
Além de Mãe Tansa, sua trajetória religiosa está ligada a personagens como Mãe Mariazinha, ekede Helena Fiúza e os sacerdotes Marcos Paixão, Pedro Alcântara e Victorino Cerqueira.
“Eu posso dizer que sou uma pessoa realizada, que tenho amor pela minha religião e por meio dela ajudo minha comunidade”, afirma.
No Vodun Zo existem vários projetos sociais. O mais conhecido é o de capoeira voltado para crianças e adolescentes.
Assim como as características do vodum Sogbó que rege o fogo e os raios, Doté Amilton é conhecido pelo temperamento forte e rigidez.
“Com ele tudo tem que ser da forma mais certa possível”, diz George Silva, 26 anos, que é membro do terreiro.
Para Marivalter Júnior, 25 anos, a rigidez é uma boa ferramenta de educação. “Aqui são muitas crianças e jovens e precisamos de limite”.

O professor Jorge Portugal, que também é  membro da comunidade do Vodun Zo  é outro que destaca a característica exigente do sacerdote.
“Meu filho também é membro da casa. Amilton tem aquele temperamento forte, mas é dono de uma doçura impressionante”.
Além disso, Doté Amilton é conhecido pelo profundo conhecimento sobre a sua tradição religiosa. Ele, inclusive,  recebeu um diploma de notório saber da Universidade de Duke, localizada nos Estados Unidos.
O diploma é fruto das várias idas de Doté Amilton à instituição para falar sobre a religiosidade afro-brasileira. Ele também está  ajudando na montagem de um museu. O professor da instituição, James Lorand Matory vai participar da festa.
Além disso, Doté Amilton é curador de um museu com peças afro-brasileiras que está sendo instalado em Frankfurt, Alemanha.
“Doté Amilton tem habilidades estéticas fantásticas. Ele me presenteou com uma escultura de Exu Elegbara que impressiona não só pelo conhecimento da estética africana, mas pelo saber religioso que ela transmite”, aponta o historiador  Jaime Sodré.
Conhecimento que, para Doté Amilton significa respeitar quem é diferente. “Acho que todas as tradições do candomblé  têm que estar mais unidas. Sou do tempo em que ninguém estava preocupado se o terreiro de origem era ou não famoso. O que valia era o axé”, diz..

Por conta de tantas qualidades, Doté Amilton tem vários amigos entre os religiosos de candomblé. “Conheço Amilton há muito tempo. Há quem diga que ele tem um temperamento forte. Ora, temperamento é para se entender e conviver”, destaca o babalorixá Air José,  líder do Pilão de Prata.
Pai Air completa com uma provocação. “Gosto muito dele, mas gosto bem mais de Sogbó”, diz, entre risos.
Quem também não economiza elogios é Nice Espíndola, ebomi do Terreiro Casa Branca. “Amilton é um gentleman. É como uma flor que a gente encontra numa estrada. O seu vodum não é aquele que nos faz chorar, mas o que enxuga as lágrimas. Rezo para que Oldumare encha os seus caminhos de luz, sempre”.

Na mídia

“Eu fui uma criança pobre

e sei o que é isso. Gosto de fazer festa para ver as crianças felizes”.

Foto: Fernando Vivas/Ag. A

Prof. Jorge Portugal entrevista Doté Amilton do Terreiro Kwe Vodun Zo, veiculada no programa Aprovado da Tv Bahia em 11/05/2013.

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