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Prefeitura concederá imunidade tributária a terreiros de Salvador

O som dos tambores, atabaques e clarinetes no Terreiro Hunkpame Savalu Vodun Zo Kwe, também conhecido como Vodun Zô, no bairro da Liberdade, anunciaram novidades para o templo religioso e para todos os adeptos das religiões de matriz africana na cidade.

m cerimônia realizada nesta sexta-feira (15), o prefeito de Salvador, ACM Neto, e o presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, assinaram o certificado de tombamento do conjunto monumental do templo, numa ação inédita realizada pela Prefeitura por meio da recente Lei de Preservação do Patrimônio Cultural do Município (8.550/2014). Na ocasião, também foi anunciada a imunidade tributária e o perdão das dívidas pela administração municipal de cerca de 300 terreiros na cidade, assim como a instalação de uma creche para atender às crianças da localidade.

"É um reconhecimento de que os terreiros são templos religiosos, assim como as igrejas católicas e evangélicas. Não é um justo que um local onde se profetiza a fé não se tenha esse tratamento. A partir de agora, a imunidade tributária garante que não vão pagar impostos, que não vão receber o carnê do IPTU, por exemplo", explicou o prefeito.

A oficialização do ato está prevista para acontecer na próxima quinta-feira (21). A medida é válida para os templos religiosos que já fizeram o cadastramento dos terreiros e comunidades de matriz africana na capital, promovido por meio da Secretaria Municipal da Reparação (Semur) em 2015.

Bastante emocionado, o Doté Hamilton Costa, sacerdote do terreiro, demonstrou ao receber o certificado que um sonho estava sendo realizado e relatou toda a luta para a preservação do Vodun Zô. Dentre as justificativas para o tombamento do terreiro estão problemas com a especulação imobiliária, invasão de com derrubada de árvores, dificuldade de manutenção das instalações físicas e depredação do terreno da fonte. O critério raridade do culto também foi levado em consideração, já que o Vodun Zô é o único da nação Jêje Sawalu, mantendo originais os ritos dessa linhagem, bem como o dialeto africano Ewe-Fon preservado nas expressões, cânticos, rezas e no cotidiano dessa comunidade. "Agradecemos bastante pela iniciativa e só desejo que esta ação tenha força para preservar mais e mais terreiros na cidade", pontuou Costa.

A cerimônia ainda contou com as presenças dos secretários municipais de Cultura e Turismo (Secult), Érico Mendonça, e de Chefia do Gabinete, João Roma, além de autoridades, membros do Terreiro Vodun Zô, do presidente do Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos (Vovô) e da Banda Aiyê, dentre outros. Após a cerimônia, o prefeito ACM Neto ainda assinou o livro oficial do terreiro.

 

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